O plano terrorista de Aécio e Armínio
par Emir Sader
1. Criar o clima de que o maior problema brasileiro é uma suposta inflação descontrolada. (Mesmo se é de 6% ao ano, quando FHC entregou pro Lula uma inflação de 12,5% ao ano.
2. Fabricar a ideia de que a economia não cresce pela inflação e porque “o salário mínimo é muito alto”, segundo o Arminio Fraga. (Apesar de que os salários são um componente mínimo dos custos de qualquer mercadoria.)
3. Difundir a ideia de que o governo gasta muito, que é necessário um duro ajuste fiscal. (As tais “medidas impopulares” de que fala o Aecio que está pronto para tomar.)
4. Pregar que “um certo nível de desemprego é saudável”, como disse o Arminio Fraga.
5. Se ganhar, implementar uma forte política de corte de salários, tanto do setor público, como pressionando as negociações no setor privado. Baixar o salário mínimo.
6. Promover o desemprego para favorecer as condições de negociações dos empresários com os trabalhadores e os sindicatos.
7. Reduzir os bancos públicos a um mínimo, como disse o Arminio. O que significa também cortar muito os recursos para as políticas sociais, que só podem ser realizadas através de bancos públicos.
8. Assinar Tratado bilateral de Livre Comercio com os Estados Unidos, saindo do Mercosul e rompendo todos os acordos de integração regional com os países latino-americanos, deslocando o comercio do Brasil para os EUA como parceiro fundamental.
9. Endurecer a repressão com os sindicatos e os movimentos sociais que resistirem a essas medidas.
10. Instaurada a recessão, com as políticas de austeridade, voltar a tomar empréstimos do FMI, com as cartas de intenção respectivas e os cortes dos gastos sociais do Estado requeridos.
É um plano para voltar aos anos de terror econômico e social dos anos 1990, nos quais Arminio Fraga foi personagem central. Tudo seria feito colocando a culpa nos gastos sociais excessivos dos governos do PT e nos aumentos salários desmedidos por parte dos sindicatos.
Colocado em prática o plano de terror, o Brasil voltaria à recessão, à miséria, ao endividamento com o FMI, à subserviência com os EUA, à repressão dos movimentos populares – como os tucanos promoveram no passado e querem retomar no presente.